Creche..a primeira visita
É mentira quando digo que fizemos a primeira visita a creches, já o tínhamos feito em Portugal, até antes do Francisco nascer. Sempre me disseram que, se o queria pôr numa determinada creche, que as fosse ver e fazer a pré-inscrição ainda grávida, e assim foi.
Visitei algumas nessa fase e até depois dele nascer, na altura estava a iniciar a minha empresa, mas não descartava a hipótese de ir trabalhar, novamente, por conta de outrem, se assim tivesse que ser. O dinheirinho faz falta, sempre fez, então depois de ter filhos, as contas aumentam, portanto é bom que nos façamos à vida.
Comecei pelas IPSS, devo ter ido a umas 4 ou 5, e embora preenchesse os requisitos necessários, o Francisco não foi aceite em nenhuma. Vá se lá saber porquê...
Enfim, o meu negócio foi crescendo e deixei de ter a necessidade de ir trabalhar para outro lado.
Como estava em casa, não tinha a obrigatoriedade de o colocar numa creche, podia perfeitamente ficar comigo.
Antes de sermos mães, dizemos um monte de parvoíces:
"Quando tiver o Francisco, vou fazer aquilo"
"O meu filho não vai fazer isto"
"Eu nunca vou ser esse tipo de mãe"
"Eu nunca vou ser esse tipo de mãe"
"O miúdo fica em casa até fazer 1 ano, no máximo, depois vai para escola porque lhe faz falta brincar com outros miúdos" - Esta foi uma das coisas que disse. Já lá vão 19 meses e a coisa ainda não se concretizou.
Não, que muitas vezes não me apeteça pô-lo na creche, só para ter o meu tempo, sem preocupações. Para que naquelas horinhas seja só eu, sem pensar em fraldas, comida, banhos, brincadeira, etc. Até porque trabalho de casa, e dava-me um jeito desgraçado conseguir trabalhar uma hora seguida que fosse, coisa que só consigo quando ele vai fazer a sesta. Benditas 2 a 3 horitas de silêncio. Mas quando dorme mais tempo do que é normal, penso, "mas o miúdo não acorda?" Bipolaridade no seu expoente máximo.
Embora tenha alguma flexibilidade de horário, não posso ir o dia todo para o parque brincar com ele, e nos dias em que está frio também não me apetece levá-lo para centros comerciais, portanto, como chegou uma altura em que acho, sinceramente, que ele devia socializar/brincar com outros miúdos, comecei a ponderar seriamente nessa questão, novamente.
Instalados aqui há 3 meses, com o tempo a ficar melhor e comigo a ter que continuar a trabalhar em casa, quisemos ir conhecer as creches próximas de onde vivemos. Para já, ficar a conhecer, porque até aos 2 anos gostaria MESMO que ele fosse para uma. É que agora, nem aos fins de semana se encontra com os filhos dos nossos amigos, visto que estamos só os 3. Acho mesmo que seria bom para ele, dar-se com mais gente que não só o pai e a mãe, que como qualquer casal que trabalha e que chega ao fim do dia estoirado, não tem a paciência e dedicação que gostaria.
Temos uma creche muito gira mesmo ao pé de casa, até a vejo da minha varanda. Primeira coisa que pensei, "compro uns binóculos e consigo controlar o puto". Um bocadinho creepy, ou não?!
Aquela mania que sempre tive do "sou mãe mas antes sempre fui mulher, vou ser sempre toda despachada, e preciso do meu "me" time, e ele tem que se habituar a não ser "só mãe"... BULLSHIT!!!!
Cada vez que penso, que agora é a hora de o pôr na creche, vêm-me imediatamente uma série de coisas à cabeça, "ai, mas ele está tão bem aqui comigo" ou "agora começou o frio, penso nisso novamente no verão".
E depois, vem-me novamente o pensamento do "precisa de ir para a creche rapidamente".
Serei bipolar?!?!? Talvez seja um bocadinho, ou então talvez, seja normal pensar assim quando somos mães e já temos alguns neurónios queimados...
E depois, vem-me novamente o pensamento do "precisa de ir para a creche rapidamente".
Serei bipolar?!?!? Talvez seja um bocadinho, ou então talvez, seja normal pensar assim quando somos mães e já temos alguns neurónios queimados...
Lá fomos ver a creche, aqui sim, a primeira visita...holandesa. O Francisco assim que entrou, ficou em êxtase com tanto miúdo e com tanto brinquedo. Quando fomos ver a parte de fora, cheia de coisas para eles brincarem, sujarem e rasgarem a roupinha que tanto prazer me deu comprar, nunca mais quis saber de nós, continuámos a visita, e ele, nem ai nem ui.
Como assim??? Estava eu à espera de um chorozito, uma lagrimita, só para pensar "mãe vou ter saudades tuas"...mas nada, nem um suspirozito. Também é verdade que não tivemos muito tempo ausentes, mas ele não sabia disso, e quando desaparecemos, também não foi à nossa procura.
O que sinceramente me deixa tranquila na hora em que, efetivamente, o for lá deixar.
Visita feita, saímos os 3, pergunto ao Bruno o que é que ele achou, a resposta que tive foi exatamente a mesma pergunta "e tu, o que é que achas?".
Tudo servia de desculpa, ora porque ficámos a saber que duas vezes por semana o almoço é pão, ou porque estava lá um miúdo num pranto tal e ninguém lhe ligava, ou porque estavam dois miúdos com ranho até ao dedão do pé e enquanto lá estivemos ninguém os limpou..ca nojo. A conclusão foi "temos que continuar a ver mais".
É uma conclusão normal, porque foi a primeira que vimos, mas é uma conclusão para encobrir que andamos à procura da creche perfeita. Até achámos o sítio simpático, as educadoras pareceram prestáveis e atenciosas, e acho, sinceramente, que nunca iremos encontrar o local perfeito, até porque, o que é isso da creche perfeita??? No entanto, iremos certamente ver mais antes de fazer uma escolha.
Isto para dizer que, embora, ache sempre, que estou preparada "para cortar o cordão umbilical" em algumas situações, quando tenho essa necessidade, o pensamento é "ai o meu rico filhinho".
No entanto, continuamos a querer que ele vá para a creche, nem que seja duas ou 3 manhãs por semana, pois aqui é o mais comum, estranho é, os miúdos ficarem os 5 dias durante o dia todo. Realidades diferentes das nossas.
E há-de ir sem dúvida, mas quando? Não sabemos precisar o dia, preciso de ponderar mais um bocadinho, mas estará para breve, a ver vamos, um dia... Lá está a minha bipolaridade a vir ao de cima!!
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